sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Certo x Errado


Começo dizendo que é muito bom mas também muito raro acertar quando erramos, mas em razão da dinâmica inerente à vida, muitas vezes o “erro” transforma-se em “acerto”.


Vou ilustrar essa afirmação com um exemplo bem prático e real: Há alguns dias atrás, errei ao comprar um livro, era o mesmo autor com 2 títulos diferentes. Imaginei ter comprado um, até comuniquei ao autor que havia adquirido tal exemplar, mas qual foi minha surpresa ao chegar o correio com a encomenda e um título diverso. Ocorre que por sugestão do autor, o livro que recebi era mais interessante do que o outro que imaginava ter adquirido. Não sei como tive essa “habilidade” de trocar os títulos, ou melhor, até sei, tem horas que sou atrapalhada como poucos e como poucos consigo realizar tais peripécias. Mas posso assegurar que sinceramente enganada errei mas contabilizei um acerto nesse erro sincero, pois literalmente o livro que a mim chegou saiu melhor do que a encomenda.


O exemplo é singelo [acharam que eu ia fazer uma mega-confissão aqui, hein???!!!!!]  e nos remete a algo aparentemente insignificante, mas me fez parar e pensar nos erros que as vezes cometemos e que por vezes se tornam geradores de fatos marcantes em nossa jornada.

Rubem Alves uma vez disse que não seria o que se tornou se todos os seus planos tivessem dado certo. Adaptando seu pensamento, entendo que não seríamos quem somos hoje se tivéssemos acertado sempre; se tudo tivesse acontecido corretamente de acordo com nossos planos.

São nos imprevistos e nos erros que muitas vezes somos conduzidos a pontos que se tornarão vitais para a definição ou redefinição de importantes aspectos de nossa vida.

Lembro-me da história do jovem José relatada no Antigo Testamento. O erro dos irmãos ao vende-lo como escravo para uma caravana, acabou por leva-lo ao Egito e lá, depois de vários revezes, o mesmo se tornou um homem poderoso, tornando-se, inclusive, instrumento de ajuda para a vida dos próprios irmãos e outrora algozes.

Ao olhar um pouco atrás em minha jornada percebo a graça do PAI transformando pedras em degraus, tropeços em avanços e erros em acertos.

Sim, a contabilidade celestial é diferente da nossa. Muitas vezes ansiamos por performances impecáveis, condutas irrepreensíveis e esquecemos que estamos limitados por uma humanidade que muitas e não raras vezes nos faz ERRAR. E o que fazer? Desesperar-se? Tentar camuflar o erro? Seriam essas as soluções?

Creio que sejam erros ou acertos tudo deve ser entregue a Ele, que assim nos instruiu:

“E sabemos que tudo quanto nos acontece está operando para o nosso próprio bem, se amarmos a Deus e estivermos nos ajustando aos planos DELE”

Rm 8:28 

Não pretendo fazer apologia ao erro, ao pecado ou coisa parecida, mas creio que precisamos ter em mente que o PAI nos aceita não por causa de nossa conduta mas APESAR de nossa conduta...APESAR de nossos erros e acertosO que nos faz aceitos não é uma contabilidade positiva [mais acertos] e sim a graça que Dele emanam e que nos faz aceitos e amados não como simples servos mas como amigos e filhos.

Lembro-me também do versículo que diz: Onde abundou o pecado superabundou a graça [Rm 5:20]. Na matemática divina é possível transformar escassez em abundância, maldição em benção, dor em cura e pecado em perdão.

É mais do que podemos simplesmente raciocinar ou descrever, é algo que sinceramente temos que VIVER.

Por isso não temamos o erro, não nos ensoberbeçamos pelos acertos. Vivamos simplesmente como SERES HUMANOS dependentes Dele em todas as coisas.
Aprendendo com os erros e também com os acertos,


Termino esse post com a música Nada sei da Paula Toller (kid abelha) que gosto muito, e embora sendo secular ilustra muito bem o ser errante que somos!




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