sábado, 2 de julho de 2011

Os Espinhos que nos tornam iguais


Eu vi coisas extraordinárias, as quais nem podia descrever. E para que eu não me orgulhasse, convivia com um espinho na carne. Orei a Deus pedindo que o retirasse, mas Ele me respondeu que sua graça me basta, que seu poder se aperfeiçoa em minha fraqueza, pois no que sou fraco é que sou forte.


Paulo, o Apóstolo.


Este é um dos testemunhos mais humanos do Paulo, o Grande Apóstolo. Ele diz que foi arrebatado e viu coisas que nenhum ser humano viu, difíceis de descrever, proibidas para se contar. É uma experiência que provavelmente faria qualquer um se sentir especial, destacado dos demais, maior que todos, não somente por causa de seu próprio coração, mas também por causa da projeção do olhar dos outros.


Por isso, Deus lhe permitiu conviver com uma situação de limitação, restrição, vulnerabilidade, impotência. Não sabemos exatamente o que era, mas sabemos que era algo que o impedia de se orgulhar por causa daquilo que lhe engrandecia. O espinho é nossa impotência afirmando que precisamos nos manter como simples seres humanos diante daquilo que tenta nos engrandecer na vida.


Um bom exemplo é do médico que acompanha seu próprio filho num leito de UTI, consciente de que mesmo tendo podido salvar tantas vidas, diante da de seu filho, nada pode fazer a não ser confiar em que outros lhe socorram.
É isso que um espinho diz, não importa o que nos destaca, somos todos iguais em nossas fragilidades.


© 2011 Alexandre Robles

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