Tratamento corta 'hormônio da fome' e evita ganho de peso
Composto criado por cientistas ainda é capaz de reduzir absorção de glicose
(Tim Sloan / AFP)
Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore (Maryland), nos Estados Unidos, comprovaram com sucesso um tratamento que bloqueia o chamado "hormônio da fome" e que, além de controlar o peso, pode ter outros benefícios para o metabolismo, segundo estudo publicado na edição desta semana da revista Science.
A equipe de pesquisadores criou um composto que inibe a ação da grelina, um hormônio natural associado ao ganho de peso e à sensação de fome. Outros estudos já tinham demonstrado que esse hormônio é produzido pelo estômago e liberado na corrente sanguínea após períodos de jejum, e seus níveis diminuem logo após a ingestão de comida. Além disso, os cientistas determinaram que os níveis de grelina são mais altos nas pessoas magras do que sofrem de obesidade.
Brad Barnett e sua equipe do Departamento de Farmacologia e Ciências Moleculares também sabiam que esse hormônio só funciona na presença de uma enzima chamada aciltransferasa-O-grelina (GOAT, pela sigla em inglês). O grupo criou, então, um composto que inibe a GOAT, o GO-CoA-Tat, e o injetou em ratos que eram alimentados com alto conteúdo de gordura. O composto melhorou a tolerância à glicose e retardou o aumento de peso nas cobaias, sem reduzir a quantidade de comida ingerida. De acordo com os pesquisadores, o resultado indica que o composto afeta o metabolismo, em vez de diminuir o apetite. Os ratos continuaram a comer a mesma quantidade de comida, mas o corpo passou a gastar mais energia, evitando o ganho de peso.
Sem aplicação como remédio — O artigo informa que o tratamento requer repetidas injeções de GO-CoA-Tat, ou seja, é pouco provável que seja desenvolvido como um medicamento contra obesidade. Mas o resultado é potencialmente valioso para o desenvolvimento de esforços futuros para um tratamento contra a obesidade.
"O aumento contínuo da proporção de indivíduos com excesso de peso na sociedade ocidental ao longo das últimas três décadas se vinculou a um aumento substancial da morbidade, e isto é um grave problema de saúde pública", informa o artigo. Para enfrentar este problema "estão em andamento intensos esforços para esclarecer as interações de nutrientes e hormônios que contribuem para o aumento de peso."
(Com agência EFE)
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